22 de maio de 2016

2 - Sobre a nossa vontade X a vontade do outro

Olá meninos.

Hoje estou triste, pensando sobre a quantidade de coisas que costumo fazer pelas outras pessoas, mas, que vão contra a vontade do meu esposo. Ele acredita que devemos oferecer nosso serviço ao outro na mesma proporção que ele faz por nós. A mesma medida de doação. Acontece que eu nunca fui assim. Especialmente quando se trata de pessoas que eu amo. 

Sou totalmente doada às necessidades do outro. E não vejo gravidade em fazer algo sem receber esse serviço na mesma proporção (dizem que isso é bem coisa de mãe, não é? - ou coisa de gente boba, como muitos acham). Ele diz que as pessoas perdem os limites e costumam explorar o servidor. Ele se preocupa muito com isso, vem das suas experiências juvenis negativas. Um dos nossos problemas de relacionamento acontece quando ele quer controlar meus serviços ao outro. Isso me incomoda profundamente, por que já diminuí minhas atitudes, para evitar discussões chatas em nossa casa. E servir me faz bem.

Falei que estava triste, por que hoje emprestei um objeto a minha mãe. Ele reprovou minha atitude, por dois motivos: nós estávamos usando esse objeto e por que não conversei com ele se deveria emprestar. Emprestei por que ainda tínhamos metade do objeto e por que não achei que fizesse tanta falta. Não quero pedir de volta, pois já emprestei, Vou ficar sem graça. Embora eu concorde que as pessoas muitas vezes explorem o "ser servidor", não sei até que ponto essa regra deva ser aplicada aos nossos pais (e aqui nem falo sobre irmãos). Para mim vale a máxima de que para um pai e uma mãe, devemos fazer de tudo. Para mim é uma obrigação. Eu digo não, somente se realmente me fizer falta, e ainda com suas devidas proporções. Se ele precisar mais que eu, dou.

Compreendo que ele põe limites para controlar os exploradores, mesmo que estes sejam nossos pais, mas, fico muito chateada por que para mim é difícil dizer não, por algo tão banal, tão material. Se pudesse daria tudo o que eu tinha. Mas, hoje as coisas não são só minhas. Nem meu facebook (não sei se vocês vão conhecer, mas é uma rede social muito usada). Ele falou que não posso divulgar os produtos dos amigos por que atrapalha a divulgação dos nossos produtos, por que fica parecendo uma quitanda e por que os outros também tem que fazer por nós (ou por "mim") para merecer um compartilhamento. São muitas regras irritantes. Meu facebook não é meu. A casa não é minha. Minha vida não é minha. Pense num lado ruim de casar: é esse. 

Onde termina seu espaço e onde começa o do outro? O que é meu, o que é seu e o que é nosso? Até onde o outro está tirando sua liberdade de escolha, para sugerir o que é bom "para nós"? 

O que vocês pensam sobre isso?
Um beijo de sua mãe, R.

{Lição} Casamento é uma lição de flexibilidade. Mas, precisa ser das duas partes.

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